O estudo "O Sonho Brasileiro", do Datafolha com parceria do Itaú, Globo e outras instituições privadas, veio em boa hora para retratar as condições ideológicas da nossa juventude, já sob o impacto de quase uma década de governo do PT, onde ela foi beneficiada pelo crescimento econômico, distribuição de renda e muitas políticas específicas.Foram ouvidos 3.000 jovens em pesquisas qualitativas e quantitativas em cidades de quatro regiões do País. Entre as ouvidas, 47% pertencem à classe C, seguida de 33% da B e 17% das classes D e E, as camadas em mobilidade social, compostas majoritariamente por jovens e sendo que a classe C é a chamada de "nova classe média".
o levantamento detectou que os jovens brasileiros em ascenção social não assimilaram o referencial de vida das elites e querem sim é crescer dentro das oportunidades abertas. Por isso, essa parcela da população tem seus sonhos menos ligados às questões relacionadas ao consumo e mais voltados à formação profissional e ao emprego. Assim, os sonhos individuais não consistem em conquistar o padrão de consumo dasclasses A e B e são mais ligados à carreira. Apenas 9% deles apontaram ficar rico ou ter estabilidade financeira como principal sonho individual. Fatia de 6% sinalizou família e 3% colocaram a aquisição de bens materiais como carro, moto e eletrodomésticos em primeiro lugar.
Entre tantos sonhos idealizados pelos jovens brasileiros lideram a lista conquistar formação profissional e emprego seguido pela casa própria, o que já vem ocorrendo intensamente, basta ver os números do CAGED do primeiro trimestre, onde a média de crescimento da oferta de emprego para a juventude foi o dobro da geral, os números do CAGED 2009, que detectaram que 80% dos empregos gerados foram ocupados por jovens e os índices da carteira de habitação da Caixa Econômica, que já é formada em 40% por pessoas entre 18 e 29 anos.
Os dados do emprego juvenil dentro do crescimento econômico não deixam surpreender que, segundo o estudo, 7% dos jovens entrevistados desejam ter um emprego melhor, onde muitos deles preferem ganhar um pouco menos e ter mais qualidade de vida. O levantamento aponta ainda que 41% dos jovens querem satisfação no trabalho enquanto 39% querem salário maior, números que justificam a troca periódica de emprego em busca de melhor remuneração e os dados (de outro estudo, do Ipea) de que o desemprego juvenil tem sido descontínuo.
Independentemente da classe social do jovem, o interesse em cursar o Ensino Superior é bastante forte. Esse desejo foi sinalizado por 79% das classes A e B. No estrato C, chega a 77% e na base da pirâmide a 74%. Sinal dos tempos pelas oportunidades abertas com ProUni, ReUni, reserva da vagas sócio raciais, entre outras. Índices que também explicam, pela vontade individual, o fato de que muitos fazem opção de seguir estudando ao invés de trabalhar, já que suas famílias agora dispõem de renda para sustentá-los no estudo por mais tempo.
A percepção das possibilidades da economia também caracterizam uma enorme vontade empreendedora da juventude. O negócio próprio ocupa preferência no quesito "a profissão dos sonhos" entre os entrevistados. Ser administrador, empreendedor, ou montar o próprio negócio fortalecem antiga proposta da CONAJE, de incluir o empreendedorismo nas grades curriculares e um recorte juvenil seríssimo no futuro Ministério da Micro Empresa, prometido pela presidenta Dilma.
FONTE: Juventude em Pauta
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